A salvação que Jesus Cristo conquistou para nós não pode ser comprada com 10% mensais de seu salário...

quarta-feira, 29 de junho de 2011

História do Dizímo.



Antes de mais nada, devo esclarecer que não sou contra a prática de dizimar, mas ao longo dos anos, depois de muito meditar sobre o assunto, me desfiz de todo tabu a respeito do tema. Tenho hoje a convicção de que o dízimo deve ser usado como uma referência de primícias ao cristão que deseja, voluntariamente, participar do privilégio de ministrar aos santos com suas finanças. Entretanto, não encontro bases bíblicas ou históricas que possam legitimar a maneira como o dízimo é ensinado e coletado pela igreja institucional. Minhas razões para alegar isso, estão abaixo:
1) Não há evidência bíblica que demonstre que a Igreja gentílica dizimava de forma obrigatória. O dízimo, como concebido na Antiga Aliança, servia para o sustento do Templo, dos sacerdotes e dos levitas. Com o fim desta Aliança, a obrigatoriedade do dízimo igualmente acabou. A Igreja gentílica neotestamentária nasceu fora deste sistema e não possuia sacerdotes, levitas ou templos. Justamente por isso, sempre que Paulo ensina sobre finanças na Igreja, fala em termos de doações voluntárias (2 Cor. 9). Portanto, o dízimo na Nova Aliança não pode ser praticado como um imposto religioso.
2) Há indícios históricos de que o dízimo deixou de ser um pagamento obrigatório com o fim da Antiga Aliança na maioria absoluta das Igrejas. Irineu, Orígenes, Justino Martir, Tertuliano, Cipriano, João Crisóstomo e outros cristãos dos séculos II ao V – cujos registros compõe a história da Igreja – nos falam somente de contribuições voluntárias na comunhão dos santos. Somente no século VI, no Sínodo de Mâcon (582), é que o dízimo começou a ser ensinado como algo obrigatório (quando se adotou a infame Teologia do Paralelismo entre a Igreja e o sistema sacerdotal/levítico veterotestamentário) e um milênio mais tarde – no Concílio de Trento – ganhou força de lei cujo não cumprimento seria punido com a excomunhão.
3) Somente algumas igrejas do Oriente dizimavam por obrigação porque interpretavam que o diálogo entre Jesus e o jovem rico (Lucas 18:18-24) ensinava a “generosidade sacrifícial”. Em primeiro lugar, esta interpretação é questionável, porque Jesus não pediu o dízimo ao jovem rico (o que supostamente já praticava) e sim que vendesse a totalidade de seus bens e desse aos pobres (o Senhor o testava porque o amor ao dinheiro era seu problema). Em segundo lugar, Deus não está interessado em ofertas feitas por obrigação. Em 2 Cor. 9:7, a palavra traduzida como “necessidade” é αναγκη (anagke), que na verdade quer dizer c0nstrangimento ou obrigação. Portanto, o versículo diz que “cada um deve dar conforme tiver proposto em seu coração, não por tristeza ou CONSTRANGIMENTO/OBRIGAÇÃO, porque Deus ama quem dá com alegria“.
4) Alguns alegam que o dízimo transcende a Lei porque veio antes da Lei (com Abraão e Jacó). Se estamos falando do dízimo voluntário, concordo em gênero, número e grau, porque tanto Abraão quanto Jacó dizimaram voluntariamente. Mas afirmar que o dízimo é obrigatório mesmo com o fim da Antiga Aliança (porque o dízimo precede a Lei) coloca a Igreja gentílica em maus lençois. O descanso sabático também aparece antes da Lei, já na primeira semana da Criação, e no entanto poucos advogam a favor de sua obrigatoriedade, com excessão de algumas comunidades sabatistas. Do mesmo modo, a circuncisão precede a Lei (Gen 17:10). Portanto, é prudente adotarmos um peso e uma medida na interpretação da Antiga Aliança: ou todos os preceitos do Antigo Testamento (como o dízimo, a circuncisão e o descanso sabático) são obrigatórios, ou a obrigatoriedade destas coisas caducou com o fim da Antiga Aliança.
5) A Antiga Aliança estabelecia 3 tipos de dízimos (Lev. 27:30-33, Num. 18:21-31 e Deut. 14:22-27 – este último a cada 3 anos). Quem ler estas Escrituras com atenção, verá que Israel tinha que dizimar 23.3% de sua renda anualmente e não somente 10%. Portanto, se vamos praticar o dízimo de acordo com a Lei, devemos ser coerentes e cumprí-la em sua totalidade. Ou damos voluntariamente ou adotamos todo o pacote mosáico.
6) Importante ressaltar também que o dízimo da Antiga Aliança nunca era pago em dinheiro, mas com lã (Deut. 18:4) e com comida (repare nas palavras de Jesus aos fariseus em Mt. 23:23). O argumento de que isso se dava porque na época não havia moeda é falso, pois o dízimo de Deut. 14:22-27 envolvia venda e compra – portanto os israelitas já dispunham de alguma moeda. O dízimo da Lei equivalia às primícias da lã da tosquia das ovelhas e dos primeiros frutos da colheita, portanto, somente os donos de rebanhos e de terras eram obrigados a dizimar. O pobre dava voluntariamente, mas não era obrigado a dizimar. Pelo contrário, o pobre colhia as sobras da colheita dos donos de terras (Dt. 24:19-21) e se beneficiava dos dízimos dos mais prósperos (Dt 26:12-13). Jesus e seus apóstolos não dizimavam, pois não eram donos de terras ou de rebanhos (eles eram considerados pobres e inclusivem se benefeciavam da Lei das sobras da colheita – Mateus 12:1-2). O imposto do templo era o único tributo compulsório pago por Jesus e seus discípulos (Mat. 17:24-27). Portanto, a maioria daqueles que usam Malaquias 3:9-10 para ensinar sobre o dízimo, chamando o pobre que não dizima de ladrão, não tem a menor idéia daquilo que está falando. Quem obriga o pobre a dizimar, de forma legalista, não pratica o dízimo nem da Antiga e nem da Nova Aliança.
7) Uma prática antibíblica herdada da Idade Média passou por Lutero (simpático à Igreja Estatal) e se cristalizou entre nós: absolutamente nenhum pastor ou líder espiritual tem o direito de “fiscalizar” as ofertas de seus membros e/ou usar o dízimo como parâmetro para medir a espiritualidade de ninguém.Tal ato se constitui em uma arbitrariedade que contraria o ensinamento bíblico que nos diz que todo ato de caridade deve ser anônimo, algo pessoal entre aquele que oferta e o próprio Deus. E assim, o que nossa mão direita faz, a esquerda não tenha que saber (Mat 6:1-3).
8) Hoje em dia, a Igreja institucional pede dinheiro ao pobre, ensinando-o que ele tem que dizimar (caso contrário estará roubando a Deus). No entanto, ao invés de ajudar o pobre, investe em propriedades e edifica obras que permanecerão aqui depois que Jesus Cristo voltar. Para justificar tal prática, ensina que Deus um dia pagará com juros tudo aquilo que o fiel investiu na instituição religiosa. Ainda que seja verdade que Deus abençoa aquele que semeia de forma abundante, este é somente um lado da verdade. No Novo Testamento os necessitados eram abençoados por Deus por meio da Igreja, com os fundos provenientes das doações. Infelizmente, o dízimo da forma em que é ensinado e praticado na Igreja denominacional oprime o pobre, pois a Igreja somente ensina que Deus abençoará o pobre de alguma forma, em algum dia, mas recusa-se a ser parte deste processo. Assim , o evangelho deixou de ser as boas novas ao pobre (Lucas 4:18) para se tornar uma forma de opressão ao pobre.
Concluo, portanto, que ainda que o dízimo seja bíblico, a aplicação que lhe é dada nos dias de hoje está longe de ser. É nada mais que um imposto religioso que herdamos da Igreja Estatal da Idade Média.
Fonte: Pão & Vinho

3 comentários:

  1. A CONTRIBUIÇÃO TEM QUE SER PROPORCIONAL AOS RENDIMENTOS
    1. Paulo nos informa no mesmo texto que "cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade".Olhando por este prisma, entendemos a justiça de Deus; Quem ganha muito deve dar muito, quem ganha pouco deve dar pouco. Por esta razão o dízimo era no A.T., e é no N.T., uma forma de estabelecermos a "justiça de Deus".
    De acordo o explanado, há três aspectos importantes relacionados ao dízimo:
    a. A contribuição deve ser voluntária,
    b. A contribuição deve ser metódica,
    b. A contribuição deve ser proporcional aos rendimentos.
    Para sermos abençoados de acordo com Ml 3.10, é necessário que obedeçamos a estes princípios. Se você não os têm observado, é provável que sua vida financeira esteja um caos, e a única forma de você ser abençoado, é você praticar a doutrina do dízimo.
    Relembre Ml 3.10, "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que dela vos advenha a maior abastança".

    PERGUNTAS QUE OS ANTIDIZIMISTAS PRECISAM RESPONDER

    1- Onde consta na bíblia jesus ou os apóstolos afirmando que os cristãos não deveriam dizimar?
    2- Como fazer a pregação ao mundo sem ajuda financeira?
    3- Quem se dedica exclusivamente a pregação merece ser recompensado?
    4- Contribuir segundo a sua prosperidade não significa doar um percentual?
    Faço questão de deixar meu comentário nessa pergunta. Um cristão “A” tinha um patrimônio em 2012 de R$ 100.000,00(cem mil reais). No ano seguinte, em 2013, o patrimônio do cristão passou para R$ 200.000,00 (duzentos mil). Qual foi a prosperidade? Sem duvida R$ 100.000,00(cem mil reais).De acordo com a prosperidade e segundo o coração de cada um, o cristão pode doar até 100% da sua prosperidade(atos 4:34) ou se preferir de acordo com o seu coração 10%, 20% , 30% etc(Coríntios, Cap. 16, Vs. 2 ;Coríntios, Cap. 9, Vs. 7;Atos 4:34) .

    5 - Mt 5.20, deve o cristão atual exceder em muito a "justiça", dos fariseus e escribas, indo inclusive além de dizimar?
    6-devemos questionar o dízimo, ser apenas fraterno ou procurar em primeiro lugar o reino de Deus e todas as outras coisas nos serão acrescentadas(Mateus 6:33)?
    7- Melquisedeque é um pastor ou é o Cristo o filho de Deus, aquele que tem o novo sacerdócio, uma nova lei um novo dízimo, Gênesis 14 , gálatas 7 e salmo 110?

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  2. PERGUNTAS QUE OS ANTIDIZIMISTAS PRECISAM RESPONDER

    1- Onde consta na bíblia jesus ou os apóstolos afirmando que os cristãos não deveriam dizimar?
    2- Como fazer a pregação ao mundo sem ajuda financeira?
    3- Quem se dedica exclusivamente a pregação merece ser recompensado?
    4- Contribuir segundo a sua prosperidade não significa doar um percentual?
    Faço questão de deixar meu comentário nessa pergunta. Um cristão “A” tinha um patrimônio em 2012 de R$ 100.000,00(cem mil reais). No ano seguinte, em 2013, o patrimônio do cristão passou para R$ 200.000,00 (duzentos mil). Qual foi a prosperidade? Sem duvida R$ 100.000,00(cem mil reais).De acordo com a prosperidade e segundo o coração de cada um, o cristão pode doar até 100% da sua prosperidade(atos 4:34) ou se preferir de acordo com o seu coração 10%, 20% , 30% etc(Coríntios, Cap. 16, Vs. 2 ;Coríntios, Cap. 9, Vs. 7;Atos 4:34) .

    5 – Mt 5.20, deve o cristão atual exceder em muito a “justiça”, dos fariseus e escribas, indo inclusive além de dizimar?
    6-devemos questionar o dízimo ou procurar em primeiro lugar o reino de Deus e todas as outras coisas nos serão acrescentadas?
    7- Melquisedeque é um pastor ou é o Cristo o filho de Deus, aquele que tem o novo sacerdócio, uma nova lei um novo dízimo, Gênesis 14 , gálatas 7 e salmo 110?

    8-Será que é possível a pregação em todas as nações sem a utilização de missionários e por intermédio dos meios de Comunicação?
    9-Os meios de comunicação são pagos com alimentos ou com dinheiro?
    Vejam o que disse Jesus acerca dos nossos dias. Devemos pregar por meio do telhado, isso quer dizer por intermédio dos meios de comunicação: Mateus10: 27 O que vos digo em trevas dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados.
    Os antidizimistas ainda têm dúvidas?
    Vocês não pregam sobre os telhado?
    Apenas o trabalho de campo, a fraternidade, a caridade, a graça, são suficientes para alcançarmos o mundo com a pregação?

    Gostaria de respostas para minhas perguntas.

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  3. Alexandre,
    Fico feliz pelo expressodasalvação. Você tem o dom da caridade, fraternidade, o amor ao próximo. Com certeza sua obra é parte do corpo e Cristo a cabeça.
    Romanos 12:4-21 e João 15:12-16

    4-Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação,
    5 Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.
    6 De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;
    7 Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;
    8 Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.
    9 O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.
    10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.
    11 Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor;
    12 Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;
    13 Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade;
    14 Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis.
    15 Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram;
    16 Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;
    17 A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens.
    18 Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.
    19 Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor.
    20 Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.
    21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem

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